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"(...) tu convenceste-me pelo teu exemplo e pela tua educação, (...), da minha incapacidade, e o que se tornava verdade e te dava razão para os pormenores insignificantes devia, é evidente, ser extraordinariamente verdade para as coisas maiores (...).
(...) portei-me mais ou menos como um homem de negócios que vai ganhando para comer com, é verdade, preocupações e pressentimentos muito maus. Faz pequenos benefícios, que devido à sua raridade não cessa de lhe dar lucros e de amplificar na sua imaginação, à parte disso, as perdas são quotidianas. Tudo é contabilizado, mas nunca é feito um balanço. Então, um dia, surge a necessidade de se fazer um balanço (...). E aí tem de se lidar com grandes somas negativas como se jamais se tivesse tido o menor lucro, tudo não passa de um grande prejuízo."
in "Carta ao Pai", Franz Kafka, Novembro de 1919
2 comments:
1919 ???
sim, escreveu-a há quase 90 anos
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