Friday, December 19, 2008

Num outro blogue

Há alturas assim, parece que se vive naqueles pesadelos em que se quer correr e não se sai do sítio, porque é difícil correr no meio de gelatina, da pasta viscosa da nossa anomia. Freud explica, qualquer manual dos sonhos explica, mas continua-se a sonhar o mesmo. Tudo é pastoso, parece um barco que entra no lodo e não avança mais no meio de um grande e enorme rio. Toda a agitação é vã, sabe-se que algures há um perigo indefinido, uma escuridão que avança, um movimento profundo nas águas. O barco está bem encalhado no meio do rio e não se consegue fugir para fora do perigo.

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